segunda-feira, 15 de outubro de 2012




Cheguei a tempo de te ver acordar.

Eu vim correndo a frente do sol,
abri a porta e antes de entrar 
revi a vida inteira.
Pensei em tudo que é possível falar.
Que sirva apenas para nós dois;
sinais de bem, desejos vitais,
pequenos fragmentos de luz. 
Falar da cor dos temporais,
de céu azul,
das flores de abril.

Pensar além do bem e do mal;
lembrar de coisas que ninguém viu.
O mundo lá sempre a rodar 
e em cima dele tudo vale.
Quem sabe isso quer dizer amor!
Estrada de fazer o sonho acontecer.
Pensei no tempo e era tempo demais!
Você olhou sorrindo pra mim,
me acenou um beijo de paz;
virou minha cabeça. 
Eu simplesmente não consigo parar.
Lá fora o dia já clareou,
mas se você quiser transformar 
o ribeirão em braço de mar; 
você vai ter que encontrar 
aonde nasce a fonte do ser 
e perceber meu coração 
bater mais forte só por você.
O mundo lá sempre a rodar, 
e em cima dele tudo vale.
Quem sabe isso quer dizer amor, 
estrada de fazer o sonho acontecer!










...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. 
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... 
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer... 
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... 
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... 
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... 
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... 
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." 
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... 
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... 
Enfim... 
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos 
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito... 
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.






Sublimemos, amor.
Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas,
os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.





Mas o que impressiona mesmo no amor-perfeito é o nome.
Que responsabilidade, meu filho!
Há por aí uma planta chamada de amor-de-um-dia,
que não carece muito esforço para ser e acontecer, como doidivanas.
Outra atende por amor-das-onze-horas
e presume-se como sua vida é folgada.
Há também amor-de-vaqueiro,
amor-de-hortelão,
amor-de-moça,
amor-de-negro...
muitos amores vegetais que desempenham função limitada.
Mas este aqui não tem área específica,
não se dirige a grupo, ocasião, profissão.
É absoluto, resume um ideal que vai além do poder das flores e dos seres humanos.
Que sentirá o amor-perfeito,
sabendo-se assim nomeado?
Que tristeza lhe transfixará o veludo das pétalas,
ao sentir que os homens que tal apelação lhe dera
não são absolutamente perfeitos em seus amores?
Que aquele substantivo,
casado a este adjetivo,
sugere mais aspiração infrutífera da alma
do que modelo identificável no cotidiano?
A tais perguntas o sóbrio amor-perfeito não responde.
O outono tampouco.
Talvez seja melhor não haver resposta.