quarta-feira, 31 de outubro de 2012


31 de outubro de 1902, nascia em Itabira, Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta brasileiro de todos os tempos.


Começou sua carreira de escritor em Belo Horizonte, como colaborador no Diário de Minas. Pressionado pela família, em 1925, Drummond cursou Farmácia em Ouro Preto, mas nunca chegou a exercer a profissão.

Fundou com outros escritores A Revista, que apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo mineiro. Ingressou no serviço público, e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro - RJ, onde exerceu o cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, isso até 1945. Excelente funcionário, passou a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã, e a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.

O jornalista mineiro Carlos Drummond de Andrade será lembrado com relançamento de livros, exibição de filmes, palestras, leituras de textos e de poesias, em todas as mídias, nesta segunda-feira (31/10) – data em que comemoraria 110 anos de idade, se estivesse vivo, e que, a partir deste ano, passará a ser conhecida como o Dia D – Dia Drummond, ideia lançada pelo Instituto Moreira Salles, que passa a fazer parte do calendário cultural do país.

E, pra comemorarmos Drummond, escolhi Desejos, um dos meus poemas preferidos.



Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Homenagens:
No cinema: Dia 31/10, às19 h, no IMS, exibição de Consideração do Poema, na UFRJ, exibição do filme e leitura de poemas (Rio de Janeiro);
No rádio: Dia 31/1- Rádio CBN, às 21 h, transmissão ao vivo do debate “Drummond, poeta e tradutor”, na Livraria da Travessa do Leblon (Rio de Janeiro);
Livros: Dia 31/10 – relançamento pela Cosac Naify dos livros de crônicas e ensaios Confissões de Minas (1944) e Passeios na Ilha (1952);
Na internet:  Dia 31/10 – Rádio Batuta, estreia do programa O Grão da Voz, com poemas na voz do próprio Drummond;
O ano de 2012 marcará 110 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade e 25 de sua morte, datas que prometem uma série de novidades. Depois de 27 anos tendo seus livros publicados pela Record, a Companhia das Letras começa a reeditar toda a obra de Drummond, com novo projeto gráfico e conselho editorial próprio. A Flip, em Paraty também homenageará o escritor no próximo ano.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012




Cheguei a tempo de te ver acordar.

Eu vim correndo a frente do sol,
abri a porta e antes de entrar 
revi a vida inteira.
Pensei em tudo que é possível falar.
Que sirva apenas para nós dois;
sinais de bem, desejos vitais,
pequenos fragmentos de luz. 
Falar da cor dos temporais,
de céu azul,
das flores de abril.

Pensar além do bem e do mal;
lembrar de coisas que ninguém viu.
O mundo lá sempre a rodar 
e em cima dele tudo vale.
Quem sabe isso quer dizer amor!
Estrada de fazer o sonho acontecer.
Pensei no tempo e era tempo demais!
Você olhou sorrindo pra mim,
me acenou um beijo de paz;
virou minha cabeça. 
Eu simplesmente não consigo parar.
Lá fora o dia já clareou,
mas se você quiser transformar 
o ribeirão em braço de mar; 
você vai ter que encontrar 
aonde nasce a fonte do ser 
e perceber meu coração 
bater mais forte só por você.
O mundo lá sempre a rodar, 
e em cima dele tudo vale.
Quem sabe isso quer dizer amor, 
estrada de fazer o sonho acontecer!










...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. 
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... 
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer... 
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... 
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... 
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... 
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... 
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." 
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... 
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... 
Enfim... 
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos 
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito... 
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.






Sublimemos, amor.
Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas,
os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.





Mas o que impressiona mesmo no amor-perfeito é o nome.
Que responsabilidade, meu filho!
Há por aí uma planta chamada de amor-de-um-dia,
que não carece muito esforço para ser e acontecer, como doidivanas.
Outra atende por amor-das-onze-horas
e presume-se como sua vida é folgada.
Há também amor-de-vaqueiro,
amor-de-hortelão,
amor-de-moça,
amor-de-negro...
muitos amores vegetais que desempenham função limitada.
Mas este aqui não tem área específica,
não se dirige a grupo, ocasião, profissão.
É absoluto, resume um ideal que vai além do poder das flores e dos seres humanos.
Que sentirá o amor-perfeito,
sabendo-se assim nomeado?
Que tristeza lhe transfixará o veludo das pétalas,
ao sentir que os homens que tal apelação lhe dera
não são absolutamente perfeitos em seus amores?
Que aquele substantivo,
casado a este adjetivo,
sugere mais aspiração infrutífera da alma
do que modelo identificável no cotidiano?
A tais perguntas o sóbrio amor-perfeito não responde.
O outono tampouco.
Talvez seja melhor não haver resposta.

domingo, 14 de outubro de 2012


"Quero que todos os dias do ano,
todos os dias da vida...
de meia em meia hora,
de 5 em 5 minutos,
me digas: Eu te amo!"

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 10 de outubro de 2012



Mãe



Renovadora e reveladora do mundo

A humanidade se renova no teu ventre.

Cria teus filhos,

não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.

Cora Coralina



"As flores desabrocham para continuar a viver, pois reter é perecer."

Gibran Khalil Gibran




Desejos incontidos me dominam,
Afloram da minha alma.
Necessários!
Ânsia de te ter,
Viver o amor que há em você.
Corpos que se atraem,
Se buscam,
Se completam.
Palavras sem nexo
Jogadas ao vento.
A sensualidade que brota,
Ao simples toque das mãos.

Sandra Ferreira






Meu nome é MULHER!

No princípio eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção…
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER..!!!!

(O Autor é Desconhecido,
mas um verdadeiro sábio…)